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Como funciona a economia da China?

A economia da China é uma força global, impulsionada por uma mescla única de setores industriais, agrícolas e de serviços. Seu modelo econômico se caracteriza por uma transição de uma economia focada em exportações e investimentos para um cenário mais equilibrado, impulsionado pelo consumo interno e inovação tecnológica.
Imagem da China para indicar a economia da China

A economia da China é, sem dúvida, um dos fenômenos mais fascinantes do cenário econômico global. Com um crescimento acelerado nas últimas décadas, o país se consolidou como uma potência econômica e uma peça central no comércio internacional e nos mercados financeiros.

Neste artigo, vamos explorar os principais fatores que impulsionam a economia chinesa, analisar seu modelo econômico e entender o impacto que suas estratégias têm no mundo. Se você deseja entender como a China se tornou uma força global e como seu crescimento afeta a economia moderna, continue lendo para mergulhar nesse cenário em constante evolução!

História da China

A história econômica da China é um fascinante relato de transformação e crescimento. Durante séculos, a China foi uma sociedade predominantemente agrária, dependente da agricultura como principal meio de subsistência. No entanto, a história econômica moderna do país testemunhou uma mudança drástica.

Ao longo do século XX, a China passou por uma série de transformações significativas. Durante as décadas de 1950 e 1960, sob o regime comunista liderado por Mao Zedong, a China implementou políticas econômicas centralizadas que se concentravam na industrialização e coletivização da agricultura. Essas políticas tiveram resultados variados, com êxitos e desafios, mas não proporcionaram um crescimento econômico expressivo.

Como a China cresceu tanto sua economia

No final dos anos 1970, o país deu início a reformas econômicas lideradas por Deng Xiaoping, abrindo as portas para uma economia de mercado socialista. As reformas introduziram elementos de economia de mercado, incentivaram investimentos estrangeiros e abriram caminho para um maior comércio internacional. Essa mudança de direção impulsionou o rápido crescimento econômico da China nas décadas seguintes.

Essas reformas econômicas fizeram da China uma das economias de crescimento mais rápido do mundo. O país abraçou uma abordagem orientada para o mercado, incentivou a industrialização, investiu em infraestrutura maciça e se tornou um polo de fabricação global.

A abertura ao comércio internacional foi outro ponto-chave. A China se tornou um centro global de fabricação, produzindo uma ampla gama de bens para exportação. Isso impulsionou a entrada de capital estrangeiro, tecnologia e conhecimento, fortalecendo ainda mais sua base econômica.

Por fim, o governo chinês desempenhou um papel crucial no crescimento econômico, com políticas econômicas estáveis e adaptações graduais, oferecendo suporte para o desenvolvimento do setor privado, ao mesmo tempo em que mantinha o controle sobre as políticas fiscais e monetárias. Essa combinação de fatores proporcionou à China um crescimento econômico notável e sustentado.

Por que é a segunda maior economia do mundo

A ascensão da China para se tornar a segunda maior economia do mundo é resultado de um conjunto diversificado de fatores. Uma das bases fundamentais desse posicionamento é a estratégia econômica orientada para o crescimento e a busca por inovação.

O país aproveitou sua vasta população como uma força de trabalho produtiva e, consequentemente, acessível, impulsionando a produção e a competitividade nos mercados globais. A adoção de políticas econômicas voltadas para o mercado também desempenhou um papel significativo, permitindo investimentos estrangeiros e promovendo a produção de uma ampla gama de bens para exportação.

Além disso, a China se tornou um centro essencial para a fabricação devido à eficiência de sua produção em massa e à capacidade de oferecer produtos a preços competitivos. Isso gerou uma presença massiva no comércio internacional, consolidando sua posição como uma economia líder.

Principais setores econômicos

Na economia chinesa, a diversidade e a relevância de seus setores são pilares fundamentais para o seu crescimento robusto. Os principais setores econômicos abrangem a agricultura, a indústria e os serviços, cada um desempenhando um papel vital na dinâmica econômica do país.

Agricultura

Agricultura, apesar de ocupar uma porção menor do PIB, cerca de 7,3%, desempenha um papel significativo no emprego, absorvendo aproximadamente 24,7% da população ativa em 2022. Mesmo com apenas 15% do solo sendo arável, a China lidera a produção mundial de cereais, arroz, algodão, entre outros produtos agrícolas.

Planos contínuos de modernização visam aumentar a produtividade e diversificar esse setor, vital para a segurança alimentar do país.

Indústria

O setor industrial contribui com quase 35% do PIB chinês e emprega cerca de 27% da população. Portanto, se tornou um ponto focal da economia global, além da base manufatureira orientada para exportação, o mercado imobiliário também se tornou um pilar importante, contribuindo significativamente para o crescimento econômico do país.

A China se tornou um ímã para unidades de fabricação globais devido à mão de obra acessível e às suas habilidades em produção em massa. Cerca de metade das exportações chinesas são originadas de empresas com capital estrangeiro, evidenciando sua integração global nesse setor.

Serviços

Embora contribua com mais de 50% do PIB chinês, o setor de serviços enfrenta desafios em seu desenvolvimento, limitado por barreiras regulatórias e monopólios estatais. Apesar disso, o governo tem voltado mais atenção para setores como finanças, logística, educação e saúde, com intuito de fortalecer a base de serviços e alavancar a economia.

A meta é posicionar a China entre os principais exportadores de serviços, como transporte, turismo e construção.

Esses setores, complementares e interdependentes, formam a espinha dorsal da economia chinesa, impulsionando um crescimento contínuo e sustentado, consolidando seu papel no cenário econômico global.

Força da sua moeda

A moeda chinesa, o renminbi (RMB) ou yuan (CNY), é uma das peças fundamentais que refletem a influência e o poder econômico da China no cenário mundial. Sua força e estabilidade são componentes essenciais para entender a economia chinesa e sua integração nos mercados globais.

O Banco Popular da China, o banco central do país, desempenha um papel crucial no controle e gerenciamento da moeda, regulando sua taxa de câmbio em relação a uma cesta de moedas internacionais.

Nos últimos anos, o RMB tem buscado um status mais sólido como uma moeda de reserva global, almejando se equiparar ao dólar americano e ao euro. Para alcançar esse objetivo, o governo chinês tem adotado uma política de internacionalização gradual do RMB.

Internacionalização do RMB

Esse processo envolveu a abertura de mercados de títulos denominados em RMB, facilitando a liquidação de comércio exterior em moeda chinesa, bem como a expansão dos acordos de troca de moeda com outros países.

Além disso, a inclusão do RMB na cesta de moedas do Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2016 foi um marco importante, reconhecendo a importância crescente da moeda chinesa nas transações comerciais internacionais.

Crescimento da economia e impacto na moeda

O crescimento sólido e constante da economia chinesa influencia diretamente a força do RMB. Em anos de crescimento robusto, geralmente se observa uma apreciação gradual da moeda, refletindo a confiança dos investidores e das instituições financeiras na estabilidade econômica do país.

No entanto, flutuações e intervenções controladas também podem ocorrer para manter a competitividade das exportações chinesas e garantir a estabilidade econômica interna.

A força da moeda chinesa é um indicador crucial do poder econômico e da posição da China no cenário global, afetando não apenas suas próprias operações financeiras, mas também o comércio internacional e a economia global como um todo.

Principais indicadores econômicos

Os indicadores econômicos oferecem um panorama detalhado da saúde financeira de uma nação, e no caso da China, país de dimensões e influência globais, esses indicadores são particularmente cruciais para entender a complexidade e o dinamismo de sua economia em constante evolução.

Portanto, vamos entender alguns desses indicadores-chave que ajudam a iluminar a paisagem econômica da China, desde a inflação e os juros até a dimensão de sua dívida nacional.

Inflação na economia chinesa

Gráfico com a inflação na economia chinesa

A inflação na China é um indicador sensível e crucial para avaliar a estabilidade econômica do país. A taxa de inflação reflete o aumento geral dos preços dos bens e serviços, afetando diretamente o poder de compra dos consumidores e o equilíbrio financeiro das empresas.

Ao longo dos anos, a China experimentou flutuações na taxa de inflação, com medidas frequentemente implementadas pelo governo para manter essa taxa sob controle. Em determinados períodos, a inflação pode aumentar devido a fatores como alta demanda por bens específicos, aumentos nos custos de produção ou política monetária expansionista.

Mas esse não é o caso, pois desde meados de julho/23 o país se encontra em deflação, o que preocupa os investidores porque isso indica que a economia não está tão aquecida no país, ou seja, as pessoas não estão dispostas a comprar/ gastar. No gráfico acima, você pode ver o histórico dos últimos 25 anos da inflação chinesa.

Por cerca da última década, a média de inflação foi de 1% a 2%, tendo chegado a picos de 6%, mas desde o início da pandemia a China vem sofrendo com a deflação pois a população decidiu guardar dinheiro para eventuais problemas, o que acabou deixando a inflação instável.

Taxas de juros

As taxas de juros exercem um impacto substancial sobre o comportamento econômico, desde o consumo até os investimentos. Na China, o Banco Popular é responsável por definir as taxas de juros, adotando uma estratégia que busca equilibrar o crescimento econômico e controlar a inflação.

Gráfico com as taxas de juros dos últimos 10 anos

A variação das taxas de juros é uma ferramenta essencial para influenciar o crédito e a liquidez no mercado, incentivando ou desencorajando empréstimos e investimentos. Em momentos de desaceleração econômica, as taxas de juros podem ser reduzidas para estimular o consumo e os investimentos, enquanto em períodos de alta inflação, o aumento das taxas pode conter o crescimento excessivo dos preços.

Além disso, é importante dizer que na China, a tendência de redução contínua das taxas de juros está enraizada em políticas voltadas para manter um equilíbrio entre crescimento econômico e controle da inflação.

Ou seja, ao contrário de países onde as taxas oscilam, aqui o Banco Popular atua constantemente para ajustar as taxas, visando estimular investimentos e consumo, mesmo durante desacelerações econômicas, enquanto em nações como Brasil e EUA, a variação tende a ser mais pronunciada, respondendo a diferentes fatores econômicos e inflacionários.

Dívida pública e privada

A China enfrenta desafios consideráveis em relação à sua dívida, tanto pública quanto privada. Embora o governo oficialmente relatasse uma dívida pública de cerca de 77% do PIB em 2022, existem algumas estimativas independentes que sugerem que essa proporção seja significativamente maior.

O crescimento acelerado do endividamento corporativo e governamental tem levantado preocupações sobre a sustentabilidade econômica a longo prazo. O controle dessa dívida é uma prioridade do governo, que busca equilibrar o estímulo econômico com a estabilidade financeira. Medidas de controle de gastos e restrições ao crédito são algumas das estratégias adotadas para gerenciar essa questão complexa.

Conclusão

A economia da China é uma história de transformação e crescimento notável ao longo das décadas. Seu vigor econômico reflete uma história de investimento em setores-chave, adaptação às mudanças globais e políticas pragmáticas. Com um grande foco em exportação, manufatura e um mercado imobiliário robusto, a China consolidou sua posição como a segunda maior economia mundial.

A contínua expansão dos setores principais, a gestão atenta dos indicadores econômicos e a orientação das políticas financeiras provam ser elementos críticos na sustentação do seu notável desempenho econômico.

Sumário

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Leo Fittipaldi
Leo Fittipaldi
Fundador da Dolarame e analista de investimentos certificado (CNPI 3214). Já foi analista de risco na maior Asset do Brasil, atuando em fundos de investimentos com alguns bilhões de reais sob gestão. Atualmente é um dos maiores especialistas em investimentos internacionais do país.

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