O setor aeroespacial experimenta um momento de transformações aceleradas, com empresas como a SpaceX e a Blue Origin à frente de inovações em lançamentos e infraestrutura no espaço. Segundo informações recentes, a SpaceX prepara uma Oferta Pública Inicial (IPO) em 2026, com possibilidade de captar bilhões de dólares em financiamento. Essa medida pode trazer um capital adicional e barato para os projetos internos da empresa, o que aumenta a concorrência no mercado ao ampliar o desenvolvimento de data centers no espaço, uma alternativa para atender aos obstáculos energéticos da infraestrutura terrestre da inteligência artificial (IA).
A SpaceX já obtém recursos de maneira sustentável enquanto a maior empresa de capital privado do mundo no setor, com aportes de investidores como Alphabet, controladora do Google, e a Fidelity Investments, um grande grupo financeiro dos EUA. Uma abertura de capital expande esse fluxo de investimentos para o público em geral, especialmente os investidores individuais, o que sustenta os empreendimentos de alto custo no curto prazo, como as próprias melhorias do principal foguete da empresa, o Starship. Esse equipamento, ainda em fase de experimentos, busca diminuir despesas no transporte espacial e tornar viáveis viagens para Marte, que faz parte do projeto de Elon Musk para colonizar o planeta vermelho. Com maior financiamento público e privado, a empresa consegue lidar com dificuldades técnicas registradas nos últimos anos, como problemas em testes de voo, e ampliar suas atividades com um capital maior. Além disso, embora muitos pensem que a maior parte da receita venha da NASA, a SpaceX depende muito mais dos seus próprios serviços, como a Starlink, o maior serviço de satélites do mundo.
Ademais, essa abertura beneficia o próprio Elon Musk de forma individual, ao valorizar sua fatia acionária, o que pode torná-lo o primeiro trilionário da história. Por outro lado, a abertura de capital apresenta novas complicações, como fiscalização regulatória mais rigorosa e demandas de investidores por resultados ágeis e no curto prazo, o que pode prejudicar o andamento de alguns projetos. Apesar dessas questões, a iniciativa pode dinamizar todo o setor aeroespacial. Por exemplo, a Blue Origin, fundada por Jeff Bezos, criou o New Glenn, um foguete de maior porte que transporta até 70 toneladas para órbita baixa da Terra. Em uma operação recente, com apoio da NASA, o foguete levou satélites para analisar a órbita espacial, o que revela um forte potencial para rivalizar com a SpaceX. Além disso, a Amazon, uma empresa de Bezos, criou o serviço de satélites Leo, competidor direto da Starlink.
Agora, no âmbito dos data centers espaciais, o IPO da SpaceX pode acelerar ainda mais os investimentos nessa área. A procura por processamento de IA é algo crescente e cada vez mais necessário, e os data centers terrestres demandam uma alta capacidade segura e estável de energia por ano, além de vastas quantidades de água para resfriamento, o que cria problemas para expandir rapidamente essas infraestruturas. Com isso, as alternativas no espaço exploram a energia solar ininterrupta e sem variações climáticas para aliviar as pressões sobre os recursos terrestres finitos. A SpaceX pretende modificar satélites Starlink para abrigar computação de inteligência artificial, com conexões a laser de alta velocidade.
Além da SpaceX, que pretende modificar e lançar novas versões dos satélites para computação espacial, a Blue Origin vem avançando na criação de tecnologia para data centers espaciais há mais de um ano, e, assim como Elon Musk, Bezos já comentou que essas estruturas para o processamento de dados serão construídas no espaço em até 20 anos. Além disso, a Starcloud, com apoio da Nvidia e da Y Combinator, já conseguiu enviar um satélite com chip H100 da NVIDIA para testar a capacidade de um data center espacial, e ele processou e testou em órbita pela primeira vez um modelo de IA chamado Gemma, do Google. Outras empresas, como a Lonestar, projetam instalar e testar os seus satélites entre 2027 e 2030, com foco em armazenamento e processamento de dados na Lua ou em órbita baixa. O próprio Google segue com o Projeto Suncatcher, no qual satélites equipados com processadores dedicados da empresa possam ser usados no espaço.
Entre as vantagens desses projetos espaciais, a energia renovável abundante e a redução de impactos ambientais, como o alto consumo de água, serão benéficos e menos custosos para as empresas. Entretanto, existem algumas barreiras que acabam limitando uma rápida corrida no setor: 1. a radiação pode afetar diretamente os componentes, reduzindo o tempo de vida útil dos semicondutores; 2. a manutenção exige soluções complexas e custosas inicialmente; e 3. os detritos espaciais podem gerar algum dano aos equipamentos. Além disso, há indicações de que os chips e certos componentes podem durar cerca de cinco anos de uso no espaço, o que poderia ser outra limitação.
Em suma, o IPO da SpaceX pode atuar como impulsionador nos setores de indústria aeroespacial e de tecnologia, ao permitir um financiamento mais barato para novos projetos e promover uma concorrência maior no setor. Apesar de não haver uma data certa dessa abertura de capital, o movimento favorece diretamente o progresso dos data centers orbitais para o aumento da eficiência da infraestrutura de IA, mas sem resultados rápidos no curto prazo.
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